No jardim temos um velho deck de madeira que ganhou
umas almofadas e nos oferece um certo conforto e
o privilégio de meditar sob o céu, como este azul
maravilhoso que hoje se nos apresentava.
Deitados aqui no quintal, sob o céu , rodeado de verde
por todos os lados,lembramos o nome de um filme do
Bertolucci: "O céu que nos protege". Se bem que o
enredo não tem nada a ver com o nosso aqui. Mas,
a sensação que dá, é que somos duas vezes premiados;
pela abóbada verde formada pelas árvores e bambus
e pela abóbada celeste, cada dia com sua beleza particular.
O ipê rosa está verdinho, coberto de folhas. Logo, todas
elas cairão e não daremos conta de recolher tantas folhas,
até que, cansados, chegaremos à desistência de as recolhermos
e esperaremos pacientemente até que todas caiam,
enquanto ostentamos um singular tapete de folhas secas
estalando sob nossos pés. Ainda temos muitos sacos
de folhas guardados do inverno passado, recolhidas
pelo jardineiro, esperando para virar adubo e voltar para
a terra. Num saco fechado, apenas com folhas de ipê,
o tempo de espera para a decomposição demora uma
média de uns três anos. Depois, é só despejar nos
canteiros o que sobra das folhas depois da fermentação
e dessecação: Um composto orgânico finíssimo.
O bambu não serve para este processo, pois,
além de formar veios lenhosos, de difícil decomposição,
as folhas de bambu são muito ácidas, impedindo o
nascimento e crescimento das plantas onde elas caem.
É preciso corrigir a acidez do solo com frequência,
usando calcário, e proteger canteiros e sementeiras
para que as folhas de bambu não sufoquem as outras plantas.
No pergolado acima do deck, o guaco se enrola todo, tomando espaço. Conforme o prometido em outra postagem, na outra trave do pergolado já sobe uma bela rama de maracujá.
Logo estes galhos estarão nus, preparando-se para a florada
de inverno. Primeiro, não sobra uma só folha. Depois, os
botões, como se fossem uns dedinhos cor de rosa começam
aparecer nas pontas dos galhos. Então a árvore toda ganha
vida e se veste de rosa. Um sonho.
Enquanto as flores não chegam, admiramos a bela folhagem iluminada pelos raios de sol.
Aqui, deitados sob o verde que nos protege do sol mais forte, vislumbramos, mais ao longe, o céu que nos protege.
Rodeados de verde por todos os lados...
O bambuzal contorna o quintal e quase se encontra
com o ipê, num semi-círculo verde.
Nada a fazer senão contemplar, meditar, agradecer
tanta beleza que nos rodeia.
Sob o céu que nos protege...
Sob o verde que nos encanta!
Maravilhoso!!
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