Educação Ambiental
Este é o imperativo que me move hoje: A necessidade urgente de se investir em uma honesta e verdadeira Educação Ambiental. Martela-me ao ouvido o número de categorias de separação de lixo no Japão. Quantas mesmo? No mínimo umas sete. Subdivididas pelo destino e dia da coleta.
Ouve-se tanto falar em sustentabilidade... A Primeira Conferência sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, da ONU, em 1972, na Suécia, tinha o ecodesenvolvimento sustentável como proposta, como meio de preservar os meios naturais necessários à subsistência da vida no planeta. Mas, o conceito de sustentabilidade foi engolido pelo neo capitalismo e a atitude de fundo que se vive ao falar de sustentabilidade acaba sendo como conseguir lucrar mais, e não especificamente mudar o olhar em relação à preservação da vida no planeta. Ontem tive um choque de realidade. Dentro de um ambiente universitário, de pessoas consideradas educadas, fui provocada a ajudar a salvar uma colmeia de melíponas mirins. Fui chamada por ser reconhecido o meu esforço em tentar preservar melíponas. São abelhinhas silvestres brasileiras sem ferrão. Numa colmeia já consistente para se dividir em duas, agitada devido a este processo, tinha sido introduzido, inconsequente, um cigarro acesso, bem na entrada da colmeia. As abelhinhas estavam ainda mais agitadas. Pesquise sobre as melíponas brasileiras. Um sociedade complexa e cheia de habilidades organizadas. Não fazem mal a ninguém. E o mel de algumas é considerado medicinal. Muitas estão em processo de extinção. Aqui no nosso quintal temos muitas visitas destas abelhinhas. Até me propus a atrair e dividir algumas espécies em caixinhas de madeira que mandei fazer no ano passado, num vizinho marceneiro.
Mas, voltando ao que me move hoje: a imperativa necessidade de Educação Ambiental das nossas crianças e jovens. No Japão se começa muito cedo o processo de responsabilização pelo destino dos resíduos produzidos por cada um, pela família, pelo grupos, como cidadãos:__Como separar corretamente o lixo!
É preciso criar uma nova ética, um novo código de atitudes com relação à natureza. Uma atitude de respeito à vida. O ponto de partida é a vida humana, mas, a interação humana precisa mudar o olhar que dirige à natureza. Ter em primeiro lugar um olhar educado para a beleza. A ética e a estética. Perceber a manifestação da vida em suas diversas formas. Educar o olhar para maravilhar-se. Perceber. Às vezes vemos, mas não percebemos. Isso também acontece nas nossas relações humanas.
Quanto ao incidente com a colmeia de abelhinhas mirins na universidade: O que levou um jovem educado, provavelmente de classe média/alta a introduzir um cigarro aceso dentro de uma colmeia de abelhinhas miúdas, quase em processo de extinção?__ A absoluta ausência de educação ambiental em nossas escolas e universidades.Nem sabemos onde jogar os copos de isopor usados para o café da cantina! Não existe a possibilidade de classificação na lixeiras disponíveis. Nem sabemos se nossa cidade já está mesmo reciclando o isopor ou se são apenas boatos acerca da tal usina na região metropolitana...
Muitos podem achar isso uma conversa chata. Mas é essencial. Não se pode mais deixar de falar nisso. Estamos plantando o futuro com nossos atos. Um futuro sombrio a partir de nossas omissões. Nestes dias em que comemoramos o Dia do Meio Ambiente e o dia de São Francisco, gostaria de indicar uma leitura para educar nossos olhos para o maravilhamento. Para a beleza, o Amor e o respeito pela natureza. Outro Francisco, o Papa, nos fala de tudo isso e muito mais na Laudato Si .Um canto de amor à mãe e irmã terra, que cansou de ser explorada e dominada, e pede socorro.
O que estamos fazendo pra preservar, mais ainda, pra resgatar a natureza na sua condição de paraíso? O que podemos fazer para contribuir ainda mais neste processo de educação para um novo olhar, uma nova ética com relação à natureza? Um passo necessário no nosso próprio processo de humanização. Pra isso estamos aqui, pra nos tornarmos mais "gente".
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