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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Urgência



Gritos roucos a exigir presença
Que o futuro aconteça
Que se libere a coragem...
E se liberte o coração...

Que se brote a profecia
Das obras de suas mãos...

Ultimato redundante
Grito de alto falante
A ribombar na estante

Tantas letras, mil ciências,
Pras aparências...

No fundo um grito
Dilacerante
Urgente
Recente...
De se fazer de repente
O que nunca se pensou...
Cortar com tenaz a corrente
Tentar ordenar-se
E à mente
Delegar obrigação

Voltar aos dezesseis
E revirando a agenda
Encontrar enfim a senda
Que há tanto se perdeu

Num sorriso de menina
Doce, dobrando a esquina
Um beijo que se esqueceu...

Num volver um só olhar
Encontrando como um mar
Toda a realidade
Líquida e transparente
De se poder tornar gente
Conjugando o verbo amar...

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